Esperança e Amor

Aqui na Suecia, hoje, é o dia oficial pra se ir ao cemitério. Agora a noite depois do jantar, saimos Kurt e eu, pra visitar os cemitérios do pai e da mae dele. Eles estao em locais diferentes.
Eu particularmente acho lindo ir a noite, pois já está escuro e o ambiente fica muito bonito com todas as velinhas acesas. Tirei uma foto pra mostrar um pouco.

Quando eu estava lá, olhando aquelas luzinhas todas, pensei numa conversa que tive essa semana
com uma amiga que tambem mora fora do Brasil. Sobre o que significa morar longe de casa. Nós nao vimos o nascimentos dos novos membros da familia...nao acompanhamos o crescimento dos sobrinhos...nao estamos presentes nas festas de aniversários...nos momentos que eles adoecem...
e o que é mais triste de tudo, nao estamos presentes no momento da partida pra outra vida.
É duro! Muito duro.

Queremos voar de imediato e podermos esta ao lado dos que estao sofrendo diretamente; um marido...uma esposa...um filho...uma filha perdido. Desejamos largar tudo e voltar pra nossa terra e ficar lá ao lado deles definitivo. Assim estava a minha amiga. Com o pensamento a 1000 e com a duvida se queria continuar vivendo fora, longe da familia.

Tentei mostrar pra ela, que eu tambem já perdi muitas pessoas queridas nesses 20 anos que estou fora. Um pai, um irmao e muitos familiares queridos. Depois de muito pensar, cheguei a conclusao, que de nada adiantaria eu largar tudo e voltar a morar perto deles, pois eu nao impediria que um belo dia, a morte chegasse pra alguem.
Viajei pra casa, pra ficar perto dos meus familiares... chorar com eles... dar forcas nesse momento triste. Depois de tudo, voltei pra casa, porque aqui é o meu lugar. É aqui que construi minha familia...que tenho meu trabalho...é aqui que eu vivo. Infelizmente a vida continua pra todos e nós temos que caminhar junto com ela. Assim é a vida.

Agradeco a todos que desejaram que eu ficasse logo boa. Gracas a Deus, tudo passou.